[VÍDEO] CPI do DPVAT: raposa toma conta do galinheiro
E continuam as maracutaias do Seguro Obrigatório, que nós, motoristas, pagamos todo início de ano junto com o IPVA. E essa grana toda, bilhões de reais, vai para a Seguradora Líder, que é um consórcio de 73 seguradoras do Brasil.
As maracutaias começaram já há muitos anos: em 2015, a Polícia Federal e o Ministério Público de Minas Gerais montaram a operação Tempo de Despertar. Relacionaram todos os criminosos, os diretores da Líder que desviaram esses bilhões. No ano seguinte, em 2016, foi constituída uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar os problemas na Seguradora Líder. Essa comissão foi boicotada e não deu em coisa nenhuma.
Agora, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória, nº 904, para extinguir o DPVAT e acabar com a Seguradora Líder. Mas essa Medida Provisória tem que ser aprovada em até 120 dias pelo Congresso, Câmara e Senado. Foi, então, constituída uma Comissão Mista, do Congresso e Senado, para estudar o assunto do DPVAT. E quem é que é presidente?
O “seu” Lucas Vergílio, deputado federal de Goiás que é corretor de seguros e presidente do Sincor, Sindicato dos Corretores que recebe uma verba, todo ano, da Seguradora Líder. Quer saber como é que esse deputado Lucas Vergílio foi eleito?
Maiores doadores [para sua campanha eleitoral]: Porto Seguro Companhia de Seguros Gerais, Bradesco Vida e Previdência, Extracare Soluções em Saúde, seguro de saúde, Itaú Unibanco, Bradesco Saúde. Esse pessoal é que fez as doações e ele, então, foi eleito Deputado Federal.
E ele, agora, é o presidente dessa Comissão. O relator é o senador Marcos Rogério, de Rondônia. Essa dupla vai repetir o 2016, quando a CPI não deu em nada. Qual é a solução para isso?
A Susep vai ter que agir de uma maneira mais firme agora. E além de ela estar estudando como continuar prestando assistência às vítimas dos acidentes de trânsito, ela tem que fazer uma intervenção na Seguradora Líder. Porque ela ainda tem mais de 8 bilhões de reais em caixa.
É muito fácil, com toda essa grana, manipular à vontade as coisas, para que o DPVAT não seja extinto e para que o brasileiro não tenha, a partir do ano que vem, condições de decidir qual seguradora vai cobrir os seus eventuais acidentes de trânsito.