Dois mil e dezesseis não foi diferente, repetiu o cenário de anos anteriores, com poucas seguradoras se dedicando, de fato, ao trabalho para resolver o problema das pessoas ou seus beneficiários, que se acidentam no trânsito: receber a indenização, seja a de morte ou invalidez permanente, seja a de reembolso de despesas médico-hospitalares. Nesta situação, estiveram 320.569 brasileiros no ano passado, segundo dados da Seguradora Líder. Não mais que 33.798 deles tiveram seus casos solucionados em companhias de seguros de grande porte: apenas 10,5% do total. Este pequeno número até foi um avanço em relação a 2015, quando tão só 23.587 brasileiros (4,4% do total) receberam assistência de uma grande ou média corporação de seguros brasileira em todo o País.
Os dados mostram que, em 2016, de cada 100 cidadãos acidentados no trânsito, apenas um teve assistência de uma grande ou média seguradora, na sua busca pelo direito à indenização. Assim, os grandes grupos seguradores permaneceram alheio ao DPVAT, em mais um ano, no que se refere ao atendimento às vítimas do trânsito. São vítimas, portanto, que encontraram a solução na maioria esmagadora – em 286.771 vezes -, nas pequenas seguradoras, para o encaminhamento do pleito a uma das três coberturas do seguro obrigatório do trânsito.
Embora o consórcio do seguro DPVAT tenha cerca de 80 seguradoras integrantes, pouco mais de dez delas põem realmente as mãos na massa, para fazer valer o direito do acidentado à indenização. E todas são pequenas empresas. Elas responderam por 79,5% dos atendimentos realizados em 2016. Foram 254.711 atendimentos, uma média de 21.226 ao mês, quase 1 mil ao dia (útil).
Se considerado o rol das 15 mais entre as cerca de 80 seguradoras, no universo da quantidade de sinistros pagos em 2016, apenas três delas são de grande porte: Tokio Marine, Mapfre e Porto Seguro. As demais são pequenas. As 15 responderam pela quase totalidade de atendimentos realizados às vítimas de trânsito no ano, resolvendo quase 90% do total dos 320.569 sinistros pagos via atendimento por seguradoras no ano passado. As demais, cerca de 65, não fizeram nada para dignificar o cunho social do DPVAT.
Os 320.569 sinistros pagos em 2016 apresentaram queda de 41% frente a 2015, quando foram honrados 541.507 pedidos de indenização. Entre eles, 517.465 foram tocados por pequenas seguradoras (95,6% do total).
Esta realidade tende a mudar neste 2017 com a decisão da Segurador Líder, a administradora do seguro DPVAT, de centralizar os processos administrativos de sinistros DPVAT para, em seguida, redistribuir esses pedidos de indenização de acidentados no trânsito entre todas as seguradoras consorciadas.