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“A VIDA É O TRABALHO”

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Por Sergio suslik Wais

(…) É triste ver este homem,
Guerreiro menino,
Com a barra de seu tempo,
Por sobre seus ombros,
Eu vejo que ele berra,
Eu vejo que ele sangra,
A dor que traz no peito,
Pois ama e ama.
Um homem se humilha,
Se castram seu sonho,
Seu sonho é sua vida,
E a vida é trabalho,
E sem o seu trabalho,
Um homem não tem honra,
E sem a sua honra,
Se morre, se mata,
Não dá pra ser feliz,
Não dá pra ser feliz.

Raimundo Fagner Cândido Lopes, “Fagner”. Música: “Guerreiro Menino”, parte da letra.

Não há característica maior e mais expressiva para se dar ao trabalho do que o próprio significado de vida. Ambos trazem, em momentos de turbulência, a resiliência necessária para ultrapassar as barreiras do momento e impor que algo seja feito em prol da sociedade.

E é em meio aos escombros de uma recessão forte, que deixou como rastro mais de 13 milhões de desempregados, que o civismo começa a tomar outra forma e a querer de volta o poder que permanece nas mãos do governo, dirigido por grandes grupos financeiros, corporações e quadrilha de políticos corruptos.

Um projeto denominado “Novo Civismo” começa a acalorar a esperança de que o espaço de democracia, há muito perdido para o governo, esteja de volta às mãos da população. E tudo começa com a educação.

A ideia seria trazer aos jovens os critérios e saberes do que é o civismo e de como exercer a democracia, para que coloquem em prova de fogo o atual modelo do país e implementem estruturas prioritárias à educação, saúde e segurança, que passariam a ser feitas pela sociedade.

É um processo de aculturamento gradual, mas necessário e que precisa ser iniciado com urgência, uma vez que é na medida em que ocupamos essas vertentes e enraizamos novas diretrizes que o poder deixa de estar entre uma centena de pessoas e começa a ser parte do dia a dia da sociedade como um todo.

Exigir que se implante os preceitos básicos de cidadania e que se aplique a Ordem e Progresso – já clamadas na própria bandeira do país e tão essenciais à nossa pátria – apenas parece utopia para aqueles que desconhecem seus próprios direitos e obrigações. Todos nós temos responsabilidade com o país e o direito de não arcar com as consequências de atos alheios.

É preciso trazer de volta o engajamento e o patriotismo para dar ciência à sociedade de que a mudança está em suas mãos. Afinal, como já dizia Albert Einstein, loucura é esperar resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa.

Temos a capacidade necessária de mudança, mas ainda faltam novas atitudes e o reconhecimento de que o tal “jeito brasileiro” significa perseverança, e não falcatrua. Enxergar a inércia em que o país se encontra é o primeiro passo de um enorme caminho para que não se castrem os sonhos da sociedade, que são o trabalho e a vida.

Diz o artigo 205 da Constituição Federal de 1988: “A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. E se o Estado por si só está mais preocupado em trazer dinheiro ilícito a um mercado fechado do que em exercer seu papel constitucional, façamos nós, como família e sociedade, o nosso dever.

“Nada é mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou”, Victor Hugo.


Sergio Suslik Wais é fundador do movimento Livre Iniciativa para Todos e presidente da Gente Seguradora SA.